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 "CPI da Energisa precisa sair, mas com fato determinado", diz Felipe Orro


O deputado estadual Felipe Orro (PSDB) afirmou que a CPI da Energisa vai sair, mas não da forma como está apresentada. “Tem que haver CPI, mas com fato determinado”, disse o parlamentar, em entrevista à Rádio Hora na manhã desta quinta-feira (31). Um novo requerimento está sendo elaborado pela assessoria de Felipe e outros deputados e até a próxima semana deve ser apresentado. O embasamento será na defesa dos direitos do consumidor.

A Energisa está sendo muito criticada por consumidores de todo Estado pelos aumentos abruptos e inexplicáveis nas contas de luz verificados nos últimos meses. Ano passado ocorreu o mesmo comportamento nas faturas, a sociedade se mobilizou e o diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, chegou a vir a Campo Grande, convidado pela Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), embora as explicações dadas não tenham sido satisfatórias nem convincentes, na opinião do próprio deputado.

Entre os argumentos que devem constar nesse novo requerimento, segundo Felipe, estão reclamações que chegam a seu gabinete da frequente falta de energia na zona rural e cidades do interior, bem como o fato de a empresa ter se recusado a responder questionamento do Procon sobre o volume de energia que compra e distribui. “Só o fato de não responder a um órgão estadual que defende o consumidor já configura um comportamento inaceitável de uma empresa que presta serviço público”, afirmou.

Felipe pediu que a população colabore encaminhando denúncias de possíveis irregularidades ou anormalidades verificadas nas faturas de energia ou nos medidores. “É importante a população ficar atenta ao medidor. Desligar todos os aparelhos, fotografar o medidor e observar se vai continuar registrando consumo. Ao sair de casa, cedo, anota ou fotografa o medidor, e ao retornar à noite verifique quanto gastou. Precisamos dessas evidências.”

Segundo Felipe, há relatos de pessoas que viajaram, deixaram a casa fechada, mesmo assim a conta dobrou de valor. “Esses fatos que precisamos ter documentados porque isso se constitui em prova de que algo de errado existe nesses relógios. Eles alegam que está tudo correto, só não está correto é o relógio continuar medindo consumo quando não há aparelho ligado. Isso não pode.”

Na terça-feira (29) o presidente da Energisa, Marcelo Vinhaes, foi à Assembleia e se reuniu em particular com todos os deputados para tentar demovê-los de abrir uma investigação. “Questionei o presidente quanto a um aumento de 20% no valor arrecadado com a COSIP (taxa de iluminação) em Campo Grande, no mês de outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Ele disse que houve reajuste, que de fato ocorreu, mas não foi nesse patamar, e também um aumento de consumo de 15% nesse ano. Ora, eu tenho motivo pra acreditar que isso não deve estar acontecendo. A economia está estagnada, as pessoas sem dinheiro, não compram novos aparelhos, e está todo mundo tentando economizar como pode. E mesmo assim tem aumento de consumo?”

Felipe acredita que na próxima semana já esteja pronto o novo requerimento, feito em conjunto com outros deputados e no âmbito da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia – que ele preside. “Vamos reunir a comissão e analisar se é possível, com esses dados levantados, essas provas e evidências, é possível abrir uma CPI e chegar a um trabalho satisfatório. Mas a população pode ficar tranquila que estamos atuando e algo será feito”, disse.

31/10/2019 14H42